Eu sou uma apaixonada por Ópera desde muito cedo. Entendo que um estilo de expressão musical, teatral e artística muito peculiar, de característica que em geral é menos apreciada pela maioria das pessoas. Costumo dizer que a música em geral conecta a gente com a vida, com o sentimento de estar vivo, estar na terra, e a música clássica, em especial, atinge o mais genuíno da alma, conecta a gente com o nosso sentimento mais íntimo e com o céu. Não sei se uma sensação também vivenciada por vocês, mas essa é a minha, a de uma pessoa bem eclética no gosto musical.
Hoje resolvi trazer aqui um pouco de Giuseppe VERDI, compositor italiano nascido no ano de 1813 em Roncole, pequena aldeia na província de Parma, que passou a ser chamada Roncole Verdi em referência ao que se tornou o seu ilustre filho da terra, falecido em Milão em 1901.
VERDI viveu durante o período em que a Itália se constituiu política e socialmente como nação. Seus anos também coincidem com o apogeu do Romantismo, movimento cultural que enfatiza a teatralidade, os grandes gestos, o sentimento como um modo de saber, a busca do infinito e do absoluto. Sentimento como um modo de saber: movimento buscado e bem necessário nos tempos de hoje também, penso eu
Bem, mas o que mais me chama a atenção na obra de VERDI, respeitando a sua trajetória iniciada como organista da igreja da aldeia, seus estudos já em Milão, suas experiências com obras religiosas, suas tentativas frustradas de ingresso no mundo das óperas, seu êxito ao estrear Nabucco em 9 de Março do ano de 1842, no Teatro alla Scala de Milão, mesmo que deprimido pela morte precoce de seus dois filhos e mulher em um período de dois anos (entre 1838 e 1840), obra essa que trouxe a ele o reconhecimento como um dos mais famosos compositores do mundo, seguida de diversos outros sucessos com argumentos de obras de grandes dramaturgos como Shakespeare, Schiller, Vitor Hugo e Voltaire, e de pedidos a compor para outros países, é a ousadia, determinação e confiança em si e no que acredita, ao compor, diante de uma sociedade ainda habituado ao elitismo e conservadorismo, a trilogia constituída por Rigoletto, La Traviata, e Il Trovatore, óperas até hoje entre as mais solicitadas em teatros do mundo. Com ela atingiu o seu ápse, entre os anos de 1851 e 1853, mas porque foi persistente e confiante no que tinha a dizer. Chamada de trilogia popular, de forma depreciativa por alguns, a ele significava um conceito ético e estético que universalizaria o gênero, capaz então de agradar não apenas os mais exigentes, abrindo mão de artificialidades e excessos em favor de essencialidade. A quem nunca perdeu sua essência de camponês, de “homem da terra”, popular é sinônimo de honra às raízes e sinceridade de expressão. Me ganhou aí! E quer conceito mais atual que esse? Olha que a gente está falando de meados do século XIX. A história me encanta e estimula, e a vocês, também?!
Falando agora da segunda obra dessa sua trilogia, com estréia em Veneza, Teatro La Fenice, em 06 de março de 1853, e que esteve há algumas semanas no Teatro do CIC, aqui em Florianópolis, em montagem com a Camerata Florianópolis, orquestra de cordas que sou muito fã e indico sempre, a quem ainda não passou pela experiência de vivenciar uma de suas apresentações.
VERDI estava então se questionando sobre argumentos novos, grandes, belos, variados, ousados e assim decide por “A Dama das Camélias”, romance do escritor francês Alexandre Dumas Filho. Se arrisca, rompe com costumes da época, confronta os ditos escrúpulos de forma consciente e desejosa, e promove como heroína uma concubina mantida por um cavalheiro e rodeada de luxo e festas. A obra dá o título de “La Traviata”. Mesmo que em sacrifício final por um amor sincero, se tratava de uma prostituta aos olhos da sociedade da época, e isso foi devastador, chocante, dito popularmente, como de se esperar, fazendo do primeiro ano um ano de fracasso e críticas imensas. Ele desanimou? Não, claro. Já sabia e persistiu certo de se tratar de questão de tempo a ser compreendido. Um ano depois, a ópera pertencente a trilogia dita universal, é ovacionada e passa a ser parte integrante das obras favoritas de todos os tempos. Eu particularmente adoro!
O que podemos tirar de tudo isso, além do prazer da arte e da música?! Seja você, diga a que veio, confie. Quem triunfa, com consistência e sentido, em geral não é quem faz o mais do mesmo, não é?
Espero que tenham gostado de ir aqui um pouco além dos títulos do bravo VERDI. A ele e a vocês: BRAVO! BRAVI!
Sono appassionata di Opera Lirica fin da piccola. Capisco che si tratti di espressione musicale, teatrale e artistica molto particolare, di caratteristica che generalmente è meno apprezzata dalla maggior parte delle persone. Di solito dico che la musica in generale ci collega con la vita, con la sensazione di essere vivi, di essere sulla terra, e la musica classica, in particolare, raggiunge la parte più genuina dell'anima, ci collega con il nostro sentimento più intimo e con il cielo. Non so se è una sensazione che provate anche voi, ma questa è la mia, quella di una persona molto eclettica nel gusto musicale.
Oggi ho deciso di parlarvi qui un po’ di Giuseppe VERDI, compositore italiano nato nel 1813 a Roncole, una piccola frazione del comune di Busseto in provincia di Parma, che cominciò ad essere chiamato Roncole Verdi in riferimento a quello che divenne il suo illustre figlio della terra, morto a Milano nel 1901.
VERDI ha vissuto nel periodo in cui l'Italia si è costituta politicamente e socialmente come nazione. I suoi anni coincidono anche con il periodo di massimo splendore del Romanticismo, un movimento culturale che enfatizza la teatralità, i grandi gesti, il sentire come modo di sapere, la ricerca dell'infinito e dell'assoluto. Il sentire come modo di sapere: un movimento ricercato e di cui si sente il bisogno anche ai giorni nostri, penso io.
Allora quello che mi colpisce di più del lavoro di VERDI, con rispetto alla sua traiettoria come organista iniziata nella chiesa del paese, i suoi studi già a Milano, le sue esperienze con le opere religiose, i suoi tentativi frustrati di entrare nel mondo dell'opera, il suo successo quando ha presentato in anteprima Nabucco il 9 marzo 1842, al Teatro alla Scala di Milano, nonostante fosse depresso per la morte prematura dei suoi due figli e della moglie in un arco di tempo di solo due anni (tra il 1838 e il 1840), opera che diede il riconoscimento come uno dei compositori più famosi al mondo, seguito da numerosi altri successi con argomenti tratti da opere di grandi drammaturghi come Shakespeare, Schiller, Victor Hugo e Voltaire, e richieste di comporre per altri paesi, è la sua audacia, determinazione e fiducia in sé stesso e in ciò in cui crede, nel comporre, di fronte a una società ancora avvezza all'elitarismo e al conservatorismo, la trilogia costituita da Rigoletto, La Traviata e Il Trovatore, opere fino ad oggi tra le più richieste nei teatri di tutto il mondo. Con essa raggiunse il suo apice, tra il 1851 e il 1853. Perché era persistente e fiducioso in quello che aveva da dire. Definita trilogia popolare, in modo dispregiativo da alcuni, intendeva un concetto etico ed estetico che universalizzasse il genere, capace di accontentare non solo i più esigenti, rinunciando ad artificiosità ed eccessi a favore dell'essenzialità. Per chi non ha mai perso la propria essenza di contadino, di “uomo della terra”, popolare è sinonimo di onore alle radici e sincerità espressiva. Mi ha convinto lì! E volete un concetto più attuale di questo? Attenti che stiamo parlando della metà del XIX secolo. La storia mi incanta e mi stimola tanto. E a voi? Siete anche voi incantati e stimolati dalla storia?!
Parlando ora della seconda opera della trilogia, che ha debuttato a Venezia, il Teatro La Fenice, il 6 marzo 1853, e che è stata qualche settimana fa al Teatro do CIC, qui a Florianópolis, con la Camerata Florianópolis, un’orchestra che mi piace tantissimo e che indico sempre a chi non ha ancora avuto l'esperienza di stare in una delle loro presentazioni.
VERDI si interrogava allora su argomenti nuovi, grandi, belli, vari, audaci e così sceglie “La signora delle Camelie”, romanzo dello scrittore francese Alexandre Dumas Figlio. Rischia, rompe con le usanze del tempo, affronta gli scrupoli in modo consapevole e desideroso, e promuove come eroina una concubina tenuta da un gentiluomo e circondata di lusso e di feste. All'opera dà il titolo “La Traviata”. Anche come ultimo sacrificio per un amore sincero, era una prostituta agli occhi della società in quel momento, e questo era devastante, scioccante, come si diceva popolarmente, come previsto, rendendo il primo come un anno di fallimenti e immense critiche. Si è scoraggiato? Certamente no. Sapeva già e insisteva con la certezza che era necessario un po’ di tempo per farsi capire. Un anno dopo, l'opera appartenente alla trilogia universale, viene acclamata e diventa parte integrante delle opere preferite di tutti i tempi. Io particolarmente la amo!
Cosa possiamo capire da tutto questo, oltre al piacere dell'arte e della musica?! Siamo noi stessi, diciamo perché ci siamo, fidiamoci. Chi trionfa, con coerenza e senso, di solito non è quello che fa sempre di più lo stesso, vero?
Spero che vi sia piaciuto andare oltre ai titoli di bravo VERDI. A lui e a voi: BRAVO! BRAVI!
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